Pterodaustro guinazui

Fala pessoal, prontos para desbravar os céus do Mesozoico?

 

Nesse post, iremos conhecer o Pterodaustro guinazui, um pterossauro muito peculiar!

Pterodaustro png

A descoberta de Pterodaustro (Pterodaustro guinazui Bonaparte et al., 1970) não foi apenas fantástica, como intrigante. Esse pterossauro foi o primeiro a ser descrito na América do Sul, e acoplado de uma estrutura filtradora única no bico!

Esse “filtro” era composto de (pasmem) até mil dentes muito finos ancorados na mandíbula inferior, modificados para extrair alimentos (crustáceos, plâncton, algas e pequenos invertebrados)  da água. Cada um desses dentes tinha cerca de 0,3 milímetros de diâmetro e 3 centímetros de comprimentoA mandíbula superior também tinha dentes, mas estes eram muito pequenos e arredondados, com a função de triturar o alimento.

E de onde veio o nome desse bicho? O gênero Pterodaustro é a junção de duas palavras: a primeira, “Ptero-“, vem de Pteron, do grego “pteron“, que significa “asa”; a segunda, “-daustro”, do latim “auster“, que significa “vento do sul”. Já o nome específico “guinazui” homenageia o paleontólogo Román Guiñazú.

 

  Outra novidade encontrada nos fósseis de Pterodaustro é a presença de pedras na moela. Considerando uma dieta de pequenos animais marinhos, essas pedras poderiam ter atuado quebrando os exoesqueletos duros dos invertebrados e outras estruturas rígidas, assim permitindo uma digestão mais eficiente.

No entanto, há paleontólogos que alegam que eles podem simplesmente ter sido engolido as pedras junto com a comida, pois apenas um pequeno número de espécimes fósseis mostram essas pedras com alimento na moela.

Onde o Pterodaustro foi encontrado?

Apesar de fósseis de pterossauros serem dificilmente preservados no registro fóssil (pois seus ossos são ocos), o Pterodaustro é diferente: esse carinha tem cerca de 288 registros catalogados, de todas as idades — até embriões dentro de ovos!

Os primeiros registros fósseis de Pterodaustro guinazui são da Formação Lagarcito, na Província de San Luis, na Patagônia, Argentina, especificamente no “Loma del Pterodaustro”, local batizado com seu nome devido à grande quantia de fósseis desse pterossauro encontrados. A formação remonta do Período Albiano do Cretáceo Inferior, há cerca de 105 milhões de anos atrás.

Fósseis de Pterodaustro guinazui também foram encontrados no Chile, Formação Santa Ana, cuja datação remonta a mesma idade.

A análise do paleoambiente sugere que os depósitos se formaram em um lago perene extenso e raso (ambiente lacustre), e que a costa marinha mais próxima ficava a várias centenas de quilômetros de distância.

Ele era rosa?

 

Como os flamingos têm as mesmas fontes de alimento que o Pterodaustro, Robert Bakker sugeriu que esse ptero também pode ter uma tonalidade rosa em seu corpo (por isso a maioria das paleoartes de Pterodaustro é retratada com ele rosa!). No entanto, um estudo de 2005 de Shawkey e Hill lançou sérias dúvidas sobre a ideia de que Pterodaustro pode ter sido rosa como resultado da dieta escolhida

A partir de estudos dos anéis esclerais em seus olhos (aquele agrupamento ósseo circular situado na região do olho), sabemos que esse ptero tinha hábitos noturnos. Mas qual a vantagem de sair apenas a noite? Bem, sabe aquele papo de “o que é um pontinho rosa no meio de um lago?”, então. Sua coloração poderia ser muito chamativa durante o dia e, portanto, o hábito noturno evitaria predadores.

Outras explicações para seu hábito noturno incluem evitar a competição alimentar com outras criaturas ou suas presas serem mais abundantes durante a noite, ou mesmo uma combinação dessas coisas.

 

Fóssil de Pterodaustro. 

Qual era o tamanho desse bicho?

 

Pterodaustro guinazui poderia atingir até 2,5m de envergadura quando adulto, seus membros posteriores (pernas) eram bastante robustos e seus pés grandes. Além disso, sua cauda era relativamente longa em comparação com outros pterossauros do seu grupo (pterodactyloides).

Em 2004, houve uma impressionante descoberta: o achado de um embrião de Pterodaustro em um ovo! O ovo era alongado, com 6 centímetros de comprimento e 22 milímetros de largura, e sua casca principalmente flexível (ou seja, a casca não era rígida como ovos de galinha, mas ligeiramente “mole”) era coberta por uma fina camada de calcita, com 0,3 milímetros de espessura. Posteriormente, em 2014, foram descritos ovos de Pterodaustro preservados tridimensionalmente.

 

Seu tronco alongado e os pés largos eram adaptados para nadar, mas, por causa do corpo e o pescoço compridos e as pernas relativamente curtas, o Pterodaustro devia ter dificuldades para alçar voo. Desse modo, ele precisava decolar em um ângulo baixo e em áreas abertas, muito semelhante aos gansos e cisnes de hoje.

 

Classificação científica 

 

 

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Reptilia

Ordem: Pterosauria

Família: Ctenochasmatidae

Gênero: Pterodaustro

Espécie: Pterodaustro guinazuii Bonaparte et al., 1970

 

Dados do Pterossauro 

Nome científico: Pterodaustro guinazuii Bonaparte et al., 1970.

Época: Cretáceo Inferior (há cerca de105 milhões de anos).

Registro fóssil: Argentina, Privince San Luis, Formação Lagarcito e Formação Santa Ana.

Tamanho: aprox. 2,5m de envergadura.

Habitat: lacustre.

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Referências Bibliográficas

 

 

Chiappe LM., Rivarola D., Cione L., Fregenal M., Sozzi H., Buatois L., Gallego O., Laza JH., Romero E., Lopez A., Buscalioni A., Marcicano C., Adamonis S., Ortega P., McGehee S., Di Iorio O. 1998. Biotic association and paleoenvironmental reconstruction of the Loma del Pterodaustro fossil site (Lagarcito Formation, Early Cretaceous, San Luis, Argentina). Geobiosphere. 31 (1): 349– 369.

Chinsamy A., Codorniu L., Chiappe LM. 2008. Developmental growth patterns of the filter-feeder pterosaur, Pterodaustro guinazui. Biol Lett. 4 (1): 282– 285.

Chinsamy, A., Codorniú, L., Chiappe, L. 2009. Palaeobiological Implications of the Bone Histology of Pterodaustro guinazui. The Anatomical Record. 292 (9): 1462-1477. 

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