ARQUEOLOGIA X PALEONTOLOGIA
Antes de tudo, aqui vai uma pergunta: você já viu algum artigo jornalístico sobre fósseis com o título “Arqueologia”? Se sim, saiba que isso é muito comum. No entanto, o emprego desse termo está errado! Por que? Continue lendo para saber mais!
Primeiramente, é importante ressaltarmos que a arqueologia é a ciência irmã da paleontologia, embora sejam frequentemente confundidas. Não é de se duvidar que você já tenha lido algum artigo ou ouvido alguém dizer que “a arqueologia estuda dinossauros”, ou “o achado paleontológico de múmias”, por exemplo. No entanto, os objetos de estudo dessas duas ciências são diferentes.
O que é Arqueologia?
De forma geral, a arqueologia é uma ciência com o objetivo de estudar vestígios materiais da presença humana, sejam estes antigos ou recentes, para compreender os mais diversos aspectos da humanidade. Assim, o Arqueólogo é o profissional que investiga os resquícios das atividades humanas em um determinado tempo e espaço específicos.
Os vestígios arqueológicos são os objetos materiais identificados em sítios arqueológicos. Um sítio arqueológico é, basicamente, um lugar onde houve alguma ocupação humana no passado. Para realizar esse tipo de pesquisa, o arqueólogo deve ter conhecimentos interdisciplinares, isto é, de diversas áreas: humanas, sociais, biológicas, e até mesmo exatas!
Deste modo, a atuação do arqueólogo segue algumas etapas. Ele vai a campo, procura o sítio arqueológico, escava, analisa seu material em laboratório, e interpreta os dados em gabinete. Cada uma das etapas é realizada através de métodos científicos previamente elaborados.
Caso você tenha interesse em se aprofundar no mundo da arqueologia, recomendamos acessar o divertido blog do Arqueologia e Pré-história: https://arqueologiaeprehistoria.com/
Ok, mas o que é Paleontologia?
Já a Paleontologia é uma ciência que se baseia na geologia e biologia para pesquisar os fósseis, seu objeto de estudo. Basicamente, o Paleontólogo é responsável por desvendar a história evolutiva dos seres vivos utilizando registros fossiliferos.
Diferente da Arqueologia, que estuda vestígios de atividade humana, a paleontologia investiga vestígios de fósseis preservados desde o início da vida na Terra até 11 mil anos atrás (ou seja, antes do Holoceno, o período geológico atual). Basicamente, enquanto o objetivo principal da Arqueologia é voltada para estudar o gênero Homo, a Paleontologia se preocupa em estudar as outras espécies de seres vivos.
E não, os fósseis não se resumem apenas aos famosos dinossauros! Claro, eles ganharam os holofotes do público em geral. No entanto, muitos outros seres vivos são relatados no registro fóssil, desde os magníficos pterossauros (que não são dinos, mas parentes deles) até plantas, fungos, e até mesmo seres microscópicos.
Para saber mais sobre a Paleonto, leia o seguinte artigo (tenho certeza que você vai gostar!): O que é Paleontologia?
FIGHT! Diferenças entre arqueologia e paleontologia
Antes de ressaltarmos as diferenças, é importante falarmos que a arqueologia e a paleontologia são ciências, ou seja, ambas seguem teorias, métodos e técnicas científicas de análise. Além disso, as duas propõem e testam hipóteses científicas e aplicação de experimentos através do método científico.
Agora vamos ao que interessa!
Já que vimos o que caracteriza a arqueologia e a paleontologia, é hora de colocar uma ao lado da outra para ressaltarmos suas diferenças. Fight!
Embora a arqueologia seja uma ciência interdisciplinar (como mencionado anteriormente, ela é classificada como uma ciência humana (ou social), pois seu objetivo é voltado aos estudos da humanidade e suas sociedades. Já a Paleontologia pode ser considerada um elo entre a biologia (ciências biológicas) e a geologia (ciências da terra), assim contribuindo para seu objetivo final de decifrar a história evolutiva das espécies.
Outra habilidade profissional importante a ser considerada pelas pessoas que atuam em ambas as áreas deve ser a boa comunicação escrita, uma vez que toda a investigação, descoberta e análise tende a ter seu processo final na elaboração de documento conclusivo, seja ele no formato de relatório ou de artigo científico para divulgação para estudantes, cientistas e público geral.
Há pesquisas que usam tanto a Arqueologia quanto a Paleontologia?
Alguns casos da arqueologia incluem estudos de vestígios animais e plantas que conviveram com o homem. Em alguns sítios arqueológicos, é possível encontrar restos alimentares da fauna pré-histórica, ou até mesmo o uso de plantas por civilizações passadas. Essas pesquisas são realizadas por campos chamados zooarqueologia e arqueobotânica, respectivamente. Ambas as subáreas da arqueologia não necessitam da paleontologia para serem estudadas, porém veremos que há exceções.
Em um cenário onde se observa a interação da megafauna (animais como mamutes, tigre-dente-de-sabre, preguiças-gigantes e mastodontes) com civilizações passadas, a arqueologia e a paleontologia atuam em conjunto. Apenas graças a Paleontologia é possível saber que, até cerca de 10 mil anos atrás estas espécies viveram nos mesmos ambientes que grupos humanos pré-históricos, e como eram os seus modos de vida. Outro exemplo é a paleoantropologia, o estudo da evolução humana, a qual envolve pesquisas de vestígios fósseis e de artefatos de espécies humanas ancestrais.
Um exemplo de cinema!
Que os fósseis e achados arqueológicos chamam a atenção de muita gente, nós já sabemos. Mas também podemos notar como esses temas são amplamente abordados nas telonas!
Então, aqui vai um exemplo cinematográfico: é só assimilar a arqueologia aos filmes do Indiana Jones, e a paleontologia à franquia Jurassic Park!
Embora esses filmes sejam mega divertidos, CUIDADO! Eles não possuem acurácia científica. Muitos animais e eventos abordados nesses longas são FICTÍCIOS (e alguns até bem exagerados, como o tamanho do Mosassauro em Jurassic World). O lado bom disso tudo é: esses filmes influenciam muitas pessoas a seguirem carreiras científicas, principalmente atreladas à Arqueologia e Paleontologia. Mas novamente, tenha pensamento crítico! 😉
Quer saber mais?
E aí, gostou do tema e quer saber mais? Então bora ver o vídeo abaixo do divulgador científico Pirula! Tenho certeza que você vai gostar!
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